A candidata Margarida Salomão (PT), 70 anos, foi eleita, neste domingo (29), por 54,98% dos votos válidos – 144.529 votos, a próxima prefeita de Juiz de Fora. Margarida deixará o mandato como deputada federal na Câmara dos Deputados para ser a primeira mulher na história a ser eleita para chefiar o Executivo juiz-forano. A petista sucederá o prefeito Antônio Almas (PSDB) após três empreitadas eleitorais frustradas no segundo turno, inclusive em 2008, quando, a exemplo deste ano, liderou a votação em primeiro turno. Entretanto, à época, na etapa plebiscitária, foi derrotada pelo ex-prefeito Custódio Mattos. O adversário Wilson Rezato (PSB) recebeu 118.349 dos votos válidos (45,02%). Brancos e nulos, somaram, respectivamente, 7.992 votos (2,74%) e 19.972 votos (6,87%).
A eleição da coligação “Juiz de Fora vale a pena” dará ainda ao vereador Kennedy Ribeiro (PV) o posto de vice-prefeito. Eleito para o primeiro mandato enquanto vereador em 2016, Kennedy abriu mão de buscar a reeleição neste ano para integrar uma chapa majoritária. Além de ser a primeira mulher eleita para a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), Margarida ainda levará não apenas o PT, mas também a esquerda a estrear no comando do Executivo local. Entre 2008 e 2016, a candidata sempre chegou ao segundo turno, mas fora derrotada em todas as ocasiões – em 2008, por Custódio, e em 2012 e 2016, pelo ex-prefeito Bruno Siqueira (MDB). Em 2008, inclusive, foi superada por apenas 10.418 votos.
Embora desde então tenha parado em patamar de 42% dos votos válidos em segundo turno, a deputada federal foi a única capaz de viabilizar uma candidatura majoritária à esquerda competitiva nas eleições municipais, já que apenas a prefeita eleita conseguiu representar o espectro político em segundo turno, por exemplo. Antes de Margarida, nenhum candidato do PT havia se aproximado de vitória nas urnas em Juiz de Fora. Entre 1988 e 2000, Jorge Lima de Souza, Paulo Delgado e Agostinho Valente apresentaram votações insuficientes. Em 2004, por sua vez, a sigla sequer lançou candidatura própria à PJF. (Reprodução Tribuna de Minas –JF)