Sylvia Lemos Hinrichsen, médica infectologista e professora da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), explica que o momento da pandemia no Brasil ainda é de alerta, principalmente pela falta de um imunizante ou de uma imunidade de rebanho na população.
"Do ponto de vista das mortes e dos números de casos, a recomendação é manter os protocolos de saúde até a chegada de uma vacina ou uma população ter uma proteção que possa justificar um menor número de casos. Isso dependerá de uma série de fatores que a curto prazo não temos respostas", esclarece a professora.
Ela explica que a imunidade de rebanho é a proteção indireta de uma doença infecciosa, que ocorre quando uma porcentagem da população já contraiu um vírus, para que mesmo quem não teve a doença deixe de correr risco de se infectar. Porém, Sylvia Lemos Hinrichsen destaca que ainda não há dados para garantir essa imunidade coletiva.
Sobre os vários boatos que circulam nas redes sociais de que o Sars-Cov-2 não sobrevive a temperaturas maiores do que 36°C e de que a doença está completamente controlada, a professora lamenta o papel negativo das notícias falsas.
"As informações não fidedignas ou as conhecidas ‘fake news’ não são boas. Elas geram expectativas que não se concretizam, não são baseadas em evidência científica e isso atrapalha, principalmente na rotina e no ambiente que ainda estamos vivendo de muitas incertezas, porque a própria doença é nova", diz a infectologista.
A médica pontua que a recomendação para este momento, com mais de 150 mil mortes no País, é que a população respeite a vulnerabilidade do outro, sendo responsável com as medidas preventivas. "Até termos uma vacina ou evidências científicas sobre a imunidade de rebanho, as pessoas precisam seguir os quatro pilares, que são o uso de máscara, o distanciamento social com aglomerações, o espaçamento físico e a higienização das mãos com água, sabão e álcool em gel", explica.
Covid-19 no mundo
A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou, em 30 de janeiro de 2020, que o surto da doença causada pelo novo coronavírus constitui uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional, o mais alto nível de alerta da organização, conforme previsto no Regulamento Sanitário Internacional. Em 11 de março de 2020, a Covid-19 foi caracterizada pela OMS como uma pandemia.
Até o dia 8 de outubro, foram confirmados no mundo 36.002.827 casos e 1.049.810 mortes. Na região das Américas, 11.441.282 pessoas que foram infectadas pelo novo coronavírus se recuperaram.
Fonte: undefined - iG @ https://saude.ig.com.br/coronavirus/2020-10-10/150-mil-mortes-no-brasil-infectologista-lembra-que-pandemia-nao-acabou.html